Bispo Christopher Senyonjo: profeta da inclusão em Uganda




O Bispo que Defende os Gays



CAMPALA (UGANDA) – Em Uganda, a igreja cristã tem uma influência comparável ao sul dos Estados Unidos. A política é dominada por pessoas que dizem guiar suas decisões por ensinamentos religiosos, a começar pelo presidente do país, Yoweri Museveni e a primeira-dama, Janet. Ambos são “renascidos em Cristo”, ou seja, pessoas que se descobriram cristãs na metade da vida. O mais famoso renascido em Cristo do mundo é, obviamente, George W. Bush –de quem o primeiro casal de Uganda se diz amigo.

Uma instituição poderosa assim não ficaria indiferente ao debate em curso sobre criminalizar a homossexualidade no país. Mas engana-se quem pensa que a igreja local atua de forma monolítica nessa questão. Em Uganda, a igreja rachou.



Se é verdade que praticamente toda a igreja condena a opção homossexual, também é verdade que apenas uma pequena parte da miríade de denominações cristãs em Uganda concorda com a idéia de estabelecer pena de morte para alguns casos. E a maior surpresa que tive foi descobrir que alguns abnegados até aceitam pagar um preço por defenderem os direitos dos homossexuais.



O reverendo Christopher Senyonjo é o líder da minúscula ala da igreja de Uganda que não vê problemas em um homem viver com outro homem, ou uma mulher com outra mulher. Aos 78 anos de idade, membro da Igreja Anglicana de Uganda, é uma figura notável. Baixinho, citando a Bíblia de memória, risonho, vestia camisa roxa por baixo da túnica negra. Diz ser amigo do colega anglicano Desmond Tutu, Nobel da Paz que vive na Cidade do Cabo (África do Sul), e não é difícil de acreditar.




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