Série :: Comunidades (episcopais anglicanas) em prol da diversidade ::
Daí,
você se pergunta se é possível tornar uma comunidade inclusiva sem ser
exclusiva, isto é, sem vislumbrar uma espécie de “opção preferencial” por
algumas categorias de seres humanos em detrimento de outros. Trocando em
miúdos, é possível falar de inclusão sem que isso soe como discurso muito em
voga de “igreja LGBT”?
É
possível uma comunidade cristã episcopal anglicana defender a dignidade de
todas as pessoas, interagir com todas as pessoas, oferecer espaço para o
serviço na adoração a todas as pessoas? Você acredita que é possível numa
comunidade cristã episcopal facilitar o desenvolvimento da expressão de fé de
todas as pessoas, criando ministérios e pastorais, conforme o anseio de todos os grupos ou categorias de pessoas, fomentando o surgimento de
muitos dons e fortalecendo o espírito comunitário entre todas as pessoas na mesma Família da Fé?
Através
desta série Comunidades (episcopais anglicanas) em prol da diversidade você terá a oportunidade de perceber que “ser Igreja” é coexistir
em meio à diversidade dos dons e da própria Criação. Igreja não pode ser lugar
de formatação, mas de liberdade no amor de Deus, que insiste sempre pela
verdade e pelo bem do próximo.
Comunidades
mergulhadas no espírito do amor tornam-se Igrejas em revolução no mundo caído
de amor e solidariedade como o que vivemos. Justamente por isso a revolução da Igreja no mundo decorre de sua disposição de
não ser proprietária das consciências nem da liberdade alheia. Aliás, não é
proprietária de nada. Ser uma Igreja que inclui mas sem se tornar gueto ou
exclusivista é possível quando todos encontram seu lugar e coexistem,
irmanados. Por isso, igrejas assim crescem enquanto se tornam cada vez mais
inclusivas, peregrinantes --- e não rígidas, fixas --- como o próprio Cristo,
são discretas e práticas nas suas obras de amor; são o mais livre possível dos
poderes constituídos deste mundo. Comunidade que caminha assim se tornam, entre
limites e virtudes próprias de comunidades de humanos, reconhecidas como comunidades de amor, que se reúnem para
compartilhar a Palavra, orar, adorar e ajudar-se mutuamente; enquanto vivem o
testemunho do Evangelho em serviço de amor no mundo.
Portanto,
a quem ainda carrega dúvida se Igreja é lugar para todos pensarem iguaizinhos,
trajarem-se iguaizinhos, defenderem um só modelo de família, vislumbrarem como
validada apenas uma identidade sexual, apresentamos nesta série ambientes onde
se é possível ser reconhecida como Casa de Oração, lugar de adoração,
acolhimento e serviço na direção do próximo. Ambientes sadios na fé, episcopais
anglicanos.
Iniciaremos
a série apresentando a paróquia de Todos os Santos, em Beverly Hills
(Califórnia, EUA). Seguiremos com outras comunidades, como a paróquia anglicana
da Encarnação, em Ontário (Canadá) e chegaremos ao Brasil. Aguardem.
Igreja
Episcopal de Todos os Santos, Beverly Hills (Califórnia)
No sítio da paróquia na internet a chamada já deixa claro a identidade cristã acolhedora que assumem: "Se você é jovem, adulto, membro da idade senior (3ª idade), casado, solteiro, gay, não importa... se você está procurando, provavelmente vai achar que há um lugar para você aqui na Todos os Santos."
Igreja reunida no ofício eucarístico de Páscoa (abr/2014)
Grupo de louvor com integrantes de todas as orientações sexuais
Paroquianos preparando refeição de Páscoa para ser levada a famílias pobres
cadastradas no programa "Drop-in & Housing Services"
Bazar da paróquia com a participação de todos os ministérios
Confraternização de fim de ano do ministério da Diversidade
Nota: Antes que alguém pergunte, sim, na Todos os Santos os casais episcopais de todas as orientações sexuais casam-se na paróquia desde 2012, após importante Resolução aprovada na Assembleia Geral da Igreja Episcopal norte-americana e autorização do bispo diocesano da Califórnia.
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