:: Livres para ser
Quantos
querem liberdade? Ela deveria ser realidade para todos, mas nem todos a
suportam, diria até que se desesperam. Estranho? Convide alguém a andar com
suas próprias pernas, a pensar por si mesmo, a ouvir todas as coisas porém reter (pela análise
e reflexão pessoal) o que for bom e você verá que não estou exagerando... Há
muita gente que prefere os aios, as muletas, os líderes impondo o que fazer,
comer, vestir...
Liberdade
é um benefício inestimável que acontece quando se mergulha na consciência da
Graça de Deus. Não tem preço. Experimenta-se a liberdade usufruindo a Graça,
que nos é outorgada gratuitamente pela fé. Preste atenção: liberdade, liberdade
mesmo, só ocorre na perspectiva da Graça de Deus. Quem quer que ignore Deus
crendo que é livre é escravo de si mesmo. Tal como disse Lutero: “O
homem sem Deus é apenas o cavalo do diabo!”. Sem Deus o homem mais
livre é apenas montaria selvagem, mas ainda apenas uma montaria...
Sabemos
que há muita coisa que milita contra a liberdade... são os processos de
escravidão, que acorrentam almas e corações. O medo é uma argola. A culpa é uma
argola. A falta de fé é uma argola. A sujeição ao domínio de um opressor é uma
argola. A injustiça sendo praticada é uma argola. A falta de amor é uma argola.
A indiferença é uma argola. A arrogância é uma argola. A recusa em aceitar que
o diferente de mim também é alvo da mesma Graça é uma argola. Mas há argolas que alguns não imaginam. Por
exemplo, toda forma de moralismo — cristão ou não — trabalha contra a apropriação
da verdadeira liberdade!
Todas
elas, juntas, são correntes que escravizam. Isto é caminhar na contramão do
reino de Deus...
Lembram da afirmação de Paulo de que todas as coisas são lícitas? O grande problema é que tal afirmativa, em geral, acaba sendo vista como um estimulo à libertinagem e à total irresponsabilidade. Quem crê assim pensa que “estando em Cristo”, nossa singularidade irrepartível e nosso senso de individualidade, deveria implicar que somos agora livres para fazermos o que desejarmos. Afinal, pensam, estamos livres da Lei e da Moral!
Mas que engano!
Estamos sim, livres da Lei e de todos os seus subprodutos. Mas isso não nos põe no caminho da libertinagem, mas no tipo de liberdade que Deus chama como tal.
A liberdade do homem tem na liberdade de Deus sua referência.
Deus é livre para ser continuamente bom, fiel, misericordioso e justo; e, sobretudo, um Deus de graça para outros, diferentes ou iguais a mim!
E
não nos esqueçamos do que precisa ser óbvio posto que o é: Deus não precisa
tratar-se a si mesmo com Graça. Ele merece! Nós é que precisamos de Graça. Nós,
brancos, negros, homens, mulheres, heteroafetivos, homoafetivos, transgêneros,
ricos, pobres, letrados, iletrados, puritanos e devassos, não merecemos!
"Para
a liberdade foi que Cristo nos libertou"... diz o apóstolo Paulo. Mas conclui:
“não vos submetais novamente a nenhum jugo de escravidão”.
Neste
13 de maio, data histórica para nosso país, ainda há gente escravizada, física
e mentalmente. Há gente escravizada pensando que é livre, por isso acredita em
tudo sem “reter o que é bom”; daí decorre de muita gente reproduzir papeis sem
se dar conta que a liberdade de Deus é assustadora para quem faz de textos sua
tábua de salvação... porque não entenderá jamais que Deus é tão Deus que faz um
padeiro chamado Oséias tomar Gômer, a compulsiva sexual, e encarnar uma
mensagem de amor (mais uma vez o homem é a mensagem!)... Num mundo caído como o
nosso a mensagem muitas vezes vem carregada daquilo que ela mesma recomenda que
não aconteça.
É quando tem que acontecer para que não aconteça mais!
É quando tem que acontecer para que não aconteça mais!
Com
isto aprendemos que há Graça até no que parece moralmente absurdo (portanto,
não torça a cara quando vir o Sol da Justiça raiar e termos concedidos os
mesmos direitos aos nossos irmãos homoafetivos)...Há amor no que parece absurdo
também... Há Deus em todas as coisas também...
Para
a liberdade foi que Cristo nos chamou e nos libertou.
Não
existe força nesta terra nem em lugar algum que suporte o “tudo foi consumado”
de Deus. Ele decidiu perdoar a todo aquele que nele crer e a pôr em liberdade
todos os algemados. E que decisão!
Para
aquilo que a mente não conseguir se abrir e compreender, recebemos o dom da fé.
É por isso que a liberdade de Deus não pode assustar quem sabe ter sido alvo de
seu inexplicável amor. Questão de fé, mas uma fé que se degusta, diria...
Todos
já tiveram essa Informação? Todos já creram nessa Mensagem? É certo que não.
Por isso, eis a razão de existirmos enquanto ajuntamento de pessoas que
degustaram o amor de Deus nos seus processos individuais de chamamento à
liberdade para ser em paz. Eis
a razão pela qual também convidamos você para que seja conosco e para que anuncie
com atitudes, ao lado dos anglicanos pró-diversidade e pela paz, “eu sou um com
você no amor de nosso Pai”.
Pode
acreditar, certeza assim rompe qualquer grilhão!
Liberdade
para todos, sem exceção alguma, mesmo que nem todos saibam dessa informação. Ainda!
Ricardo Pinheiro
No aniversário da abolição da escravatura no Brasil, 13 de maio de 2014
Inspirado no texto "A liberdade de Deus", Caio Fábio
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