:: Saia do lugar, faça, inclua: ame! ::..


Ninguém se esquiva dos seus dramas repetindo jargões religiosos. Exorcizar os males da vida com frases de efeito, não passa de coreografia ou de placebo religioso. Não custa notar: idealizações neurolinguistas ou espirituais são impotentes para alterar a realidade. 

Hannah Arendt (filósofa que buscava entender a mente dos assassinos nazistas durante o tribunal de Nurembergue) se inquietou. Os generais de Hitler respondiam às perguntas dos promotores com clichês. Daí, a conclusão de Arendt: Clichês, frases feitas, adesões a códigos de expressão e conduta convencionais e padronizados têm a função socialmente reconhecida de nos proteger da realidade, ou seja, da exigência de atenção do pensamento feita por todos os fatos e acontecimentos em virtude de sua mera existência.

A vida não acontece nas voltas que a terra dá ao redor do sol, mas na coragem, e prontidão, com que reagimos aos impasses do cotidiano.


O futuro não se concretiza na simples cronologia do tempo. A sequência das decisões, gestos, palavras e atitudes geram consequências. Paul Ricoeur repensou fé, acertadamente: uma oportunidade convertida em destino através das constantes escolhas. Sim, o desdobramento de cada escolha anterior inventa um futuro novo.

Quem deseja alterar sua própria história, precisa fugir do desdém, rejeitar o ódio, abominar o rancor, desprezar a avareza e desdenhar da inveja. Vive quem agasalha afeto e semeia a verdade, promovendo concórdia.

Ricardo Gondim, in "O abismo entre o clichê e a vida(extraído)
(07/04/2014). 


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