:: Estudo bíblico: alguns mitos pagãos contados pelos crentes ::..
O 1º Mito Pagão
(Cristianismo sem Graça e sem Misericórdia é tão pagão quanto):
“Cuidado! Vocês não entendem nada! Quem despreza a Bíblia despreza a Deus!”
Como diria o personagem Willy Wonka de "A fantástica fábrica de chocolate", é o caso de dizermos para [os pagãos crentes] nos contar mais
como desprezar Deus não cumprindo Mateus 22, 36-39 ao não respeitar, dentre
tantas outras pessoas, os cidadãos homoafetivos e eleger pessoas que farão de
tudo para impedir que os tais tenham garantidos seus direitos iguais a de
qualquer cidadão, como casar ou ter aula sobre diversidade sexual nas escolas
públicas, algo que os “cristãos” vêm impedindo no Congresso Nacional sem a
menor desfaçatez...
Para quem não se lembra, o texto mencionado faz referência a uma pergunta provocativa feita por um representante da religiosidade que é pagã (porque não crê no amor de Deus, de fato e de verdade) a Jesus, que lhe responde com este "resumão" extraordinário e que muitos fingem desconhecer:
“Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.” (Evangelho de Jesus Cristo conforme São Mateus 22,37-39).
Enquanto você, que possa acusar esta
Pastoral de propagar alguma coisa que não tenha fundamento no Evangelho de
Jesus Cristo, o que não é fato, continua a nos contar mais sobre como desprezar
Deus não O amando nem ao seu próximo como a si mesmo; antes, exigindo que
seu próximo se torne um clone seu, de sua forma de crer, de sua orientação sexual, de seus gostos musicais, etc --- o que, mais uma vez, bate de frente com "o jeito humano" de Jesus ser Deus, conforme se provam nos muitos encontros com gente diferente Dele e que mesmo assim foi amada e bendita ---, a gente prossegue com
mais um mito contado pelos pagãos crentes...
O 2º Mito Pagão
(Cristianismo sem Graça e sem Misericórdia é tão pagão quanto):
“Toda a lei bíblica está de pé e a Bíblia é a Verdade de todo cristão!”
“Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.” (Evangelho de Jesus Cristo conforme São João 14,6)
Deus, no entanto,
sempre foi o mesmo...
“De eternidade a eternidade Tu és Deus”, diz o salmista. É fato.
Assim, Deus não se tornou amor. Ele é amor.
Portanto, Deus sempre foi quem Ele é!
A sua manifestação aos homens, todavia, é que
“cresceu” aos sentidos humanos no curso das eras, posto que embora houvesse
aqueles que o conhecessem como Graça (e o V.T. está cheio de Graça), sendo
justificados pela fé (Heb 11), a maioria da humanidade, e também do povo
escolhido para levar o “testemunho” (Israel), não poderia discernir a Graça de
Deus se não fosse encerrado na certeza do pecado, isto conforme Paulo aos
Romanos e a epistola aos Hebreus.
O que ocorre é que a lei foi dada para avultar a culpa e o pecado.
Mas que ninguém confunda as coisas: a lei, no
entanto, nunca jamais salvou quem quer que seja, tendo todos sido salvos
exclusivamente pela fé, em qualquer tempo ou em qualquer era.
Na realidade no
V.T. Deus não estava dizendo sobretudo quem Ele era, mas sim quem nós somos.
A revelação de
Deus no período em que a Escritura foi composta deu-se através de um longo
processo, e, quem não entende isso não compreende nada.
De fato, como
disse Paulo, “tudo quanto outrora foi escrito, por nossa causa foi escrito,
para que pela paciência e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança”.
A leitura bíblica
é fundamental quando ela é feita com esses olhos, do contrário, ela se torna
algo supersticioso e mecânico. Aliás, o fato da leitura bíblica ter sido
considerada “meio de graça”—juntamente com a eucaristia e o batismo — fez com
que, para muitos, o livro-Bíblia fosse considerado um ente vivo e mágico, como
se carregá-lo e lê-lo, em si mesmos, carregassem uma bênção inerente. Ora, na
realidade não é assim. Isto porque as Escrituras podem ser examinadas, com toda
acuidade e detalhamento, e, ainda assim, nada acontecer no coração de quem lê,
posto que a Bíblia só se torna Palavra quando a leitura é feita a partir de
Cristo, e quando o coração acompanha a revelação com fé.
Vale lembrar que
os “antigos”— incluindo nisto os próprios apóstolos e uma quantidade enorme de
“pais da igreja”— não tinham o “Livro” disponível para a “leitura devocional”,
posto que não havia nem mesmo o livro disponível para que se fizesse tal
“leitura inspirada”.
Do ponto de vista
do acesso à Bíblia, nós, sem a menor dúvida, temos muito mais acesso a ela que
aqueles que nos precederam antes de haver “impressão do texto bíblico”. No
entanto, paradoxalmente, as grandes percepções da Palavra aconteceram antes de
haver essa facilidade física de acesso ao livro. E na minha percepção isso aconteceu
também porque não tendo acesso à materialidade do Livro, as pessoas se
entregavam de modo mais místico e intuitivo à verdade da Palavra.
O que aconteceu é
que se instituiu o Livro como algo quase mágico, e, assim, a leitura bíblica
perdeu a sua força intuitiva e simples, ficando os leitores presos à culpa de
abrir o livro e ler—e, muitas vezes, seguindo até mesmo um esquema de leitura—,
como se não fazendo isso Deus não falasse com a pessoa.
Nesse processo de
objetivação da relação com o Livro, foram desenvolvidos muitos métodos de
“compreensão” da Escritura, os quais, nada mais são do que “condicionantes” e
que impedem a liberdade interior para a meditação, a ruminação e a gestação da
Palavra na alma.
Ora, o simples
fato de se condicionar a Graça a um Livro já é algo pagão e pequeno, e que
embota os demais sentidos do ser para manter-se aberto, conferindo coisas
espirituais com coisas espirituais, e, também, crendo que o conteúdo real da
Palavra que nos habita, está sempre disponível para ser excitado por toda e
qualquer emulação que venha do Espírito da vida, da natureza, e por tudo quanto
possa significar impressão divina no nosso ser.
A Graça é puro escândalo e gera insegurança para quem não anda pela fé.
Para se andar na
Graça tem-se confiar. Sem confiança, a alma acaba por tentar se agarrar a
alguma forma de materialidade, seja a Bíblia, como livro; seja a igreja, como
lugar de Deus; seja a Lei, como garantia de se estar “agradando a Deus” por
méritos próprios.
Na realidade a
Graça é chocante, pois, apenas nos manda confiar no amor de Deus, e, por tal
confiança, viver de modo pacificado, sabendo que tudo está feito em nosso
favor.
Cristãos que vivem para defender a ferro e fogo a Bíblia ainda não conheceram Jesus mesmo!
Não!
Fidedigno era o testemunho que eles davam...
Da
Bíblia o que se pode dizer é que ela é fiel como Palavra apenas porque afirma
que Jesus é Deus e eu sou dos pecadores o principal!
O
mais é um diletantismo ao qual Jesus jamais teria tempo e animo para se dar...
Depois
que o Evangelho entrou em mim a Bíblia passou a ser apenas “um” Testemunho, mas
não “o” Testemunho; sim, pois em mim “o” Testemunho é o do Espírito!
Sim,
o que se diz é que o testemunho de Jesus é todo o espírito da profecia; ou
seja: da revelação na Bíblia.
O
mais não passa de mera ilustração...
E
que todos entendam, de uma vez por todas, a Bíblia serve a Jesus, não Jesus à
Bíblia. Jesus é Deus, consubstancial com o Pai, conforme cremos. Nada nem
ninguém pode subjuga-lo, muito menos a Bíblia...
Sigamos os testemunhos de fé que encontramos nas
inspiradas passagens da Bíblia, mas reconheçamos que o Testemunho Fiel da
Palavra está em Cristo, no seu jeito humano de lidar com as pessoas... Todo tipo
de pessoa: rica, pobre, marginalizada, pagã, romana, política, religiosa,
simples, iletrada, adúltera, imunda, de boa ou de má fama, estereotipada como o
gadareno ou a “mulher do fluxo de sangue”, não importa... Jesus e seu
Testemunho é a Totalidade da Revelação na Bíblia!
Aprendamos com
Ele. Amemos o Senhor de todo o coração. Tornemo-nos como filhos e filhas que buscam alcançar a estatura de pessoas
do bem e que tornam o mundo melhor com a prática dos ensinos conforme revelados
no Testemunho de Jesus, o Cristo de Deus... o Cristo de todos os que O amam e
aguardam a sua gloriosa volta!
Em Cristo, que é
“a” Verdade que nos liberta de todo o mal e auto-engano,
Ricardo Pinheiro
06/02/2014
Inspirado
no texto “Lendo a Bíblia com os olhos da Graça”, de Caio Fábio.
Comentários
Postar um comentário
Semeie seu comentário aqui: